segunda-feira, 1 de novembro de 2010

ENTRE CAFAJESTES E CANALHAS




Qualquer mulher já esbarrou em um ou n’outro. E sim, há diferenças.  Há esperanças no canalha, já o cafajeste é um mau caráter, um caso perdido. Repare como se pronuncia ca-na-lha. É sexy, instigante. Um secreto pedido de beijo, com todo desaforo que há nas paixões. É como pronunciar de-lí-cia, reparem. Se ela te chamar de ‘canalha’ garanhão, vai que é tua! 
Je t’aime moi non plus.

O canalha é um maravilhoso filho da puta. É o cara que lamenta não se apaixonar. Está cansado da sua reputação. O cafajeste é um porco chauvinista, um escroto de índole aproveitadora. O canalha diz a que veio, o cafajeste jamais virá. O cafajeste não presta nem pra ser canalha. É um desgraçado bom de lábia, que depois te faz chorar Rios Nilos inteiros. Já conheci as duas espécies. São as novas pragas do século XX. Vamos ao que interessa.

Há uns 2 anos eu me apaixonei por um cara que se encaixava nos meus sonhos dourados. Tinha uma mente ácida, vívida, perfeita para marias-cérebros como eu. Na época, ele sonhava em ser assessor político. Falava sobre tudo. Homens que discutem guerras, política, sexo e cinema não aparecem que nem mamão de feira, são como bilhetes premiados. Então, vez em nunca, quando surgem, eu sou toda dedicação. Maaass... paixões avassaladoras costumam nos deixar cegas. E ninguém confere ficha criminal antes de se envolver, né? É fatal e fatídico. Eu achava que era só um canalha, era um tremendo cafajeste.

Eu não sei qualé o seu problema, donzela. Se teu carinha te traiu com tua melhor amiga. Se de repente, vc descobriu que ele gosta mesmo é de dar o cu. Se ele roubava dinheiro da sua carteira. Eu não sei. O cafa em questão não era nada disso. Sequer era meu. Conhecíamo-nos há um bom tempo, mas éramos só ‘amigos coloridos’ de internet. Não pretendia ter filhinhos com ele, mas achava que COMIGO, podia ser diferente. Mal sabia eu, que o coração dele saíra congelado de um isopor de cervejas baratas. Mal sabia que aquele roteiro ele já havia ensaiado 9898786 de vezes.

Nosso primeiro encontro na vida real foi numa sala de cinema. Era época do Ciclo Folha de Jornalismo. Rodava um filme sobre jornalismo, ao final, alguém do jornal discutia o tema da película. Ouvimos interessados e passamos quase 3 horas sem trocar nenhuma palavra. Até que a sessão acabou e fomos a um boteco. Pronto. Foi o bastante. Ele era desses caras com quem vc conversa hoooooras na mesa do bar, sobre os 7 assuntos mais interessantes do planeta. Por ele, eu era toda admiração.

No ano anterior minha vó havia falecido e minha mãe se curava de um câncer. Fragilidade em alta. Esperei tudo normalizar até vir morar em SP. Ele se disse orgulhoso pela minha coragem em ‘abandonar uma vida, começar outra do zero’. Disse adorar minha origem. E eu muito prezo homens que me valorizam pela minha origem ou pela minha força, sabe? Ponto fraco. E ponto pra ele.

Então veio o beijo. Deu ódio ver que o beijo dele era o melhor do mundo naquele instante. Ódio mortal. Daí ele disparou: ‘Minha casa ou a sua?’. Estava claro nas entrelinhas: ‘É só sexo, querida. Não se apaixone por mim’. Mas eu estava disposta a comprar briga. E não houve sexo. Porque eu era insegura e me precupava com o que ele ia pensar e mimimi. E ele falava mil segredos de liquidificador no meu ouvido pra tentar me convencer, 9897654 de coisas lindas, que agora eu não lembro mais. Mandava flores de plástico. Jogava pesado. Eu resisti bravamente e ele virou pó. Claro, ainda estava presente na minha vida virtual. Mas daquele dia em diante, recusava TODOS os meus convites pra sair.

Aí desisti. Mas pensava nele as 24598875 horas do dia. Fiquei obcecada em encontrá-lo pela rua. Diria Samuel Rosa, ‘não sei porque nessas esquinas vejo teu olhar...’. Até que resolvi: tinha de matá-lo ou enlouqueceria. Precisava OUVIR que ele não me queria e todas as coisas lindas que me disse eram contos da carochinha. Mulher obcecada tem dessas coisas, colega. A gente se pergunta porque o cara não quer, se somos tão perfeitinhas. Ou o que fulana tem que vc não. Coisas de ego filho da puta de traiçoeiro. Daí a gente precisa de um xeque-mate. Uma espécie de despedida. Eu sou assim: abriu a porta baby, feche-a de volta. Para que eu possa jazer em paz. Não era crime não me querer, crime era não verbalizar isso.

Então cometi a maior loucura do mundo. Coisa que se faz apenas uma vez na vida. Atenção, a seguir, registro de cenas fortes. Os fracos de estômago e fortes de moralismos, podem parar por aqui.

Saí de casa decidida. Pus um vestido preto justo até os joelhos. Escarpin bege, batom vermelho. Estava bonita mesmo, juro pra vc. E fui até a casa dele. Em São Paulo, isso significa uma odisséia. Era noite e eu não sabia o número do apartamento no condomínio, mas descobri. Ele desceu sem saber que eu o esperava. Quando me viu, falou: ‘Você?’. E eu pude ouvir o som alto das minhas batidas cardíacas. Parecia escola de samba. Parecia novela.

Então falei tudo que eu sentia por ele aquele tempo todo. Não disse em claro português ‘estou apaixonadinha por vc’. Mas ele entendeu, com aquela cara de quem estava me achando uma louca por estar ali.

- Preciso que vc me diga que não me deseja. Porque eu preciso queimar essa idealização que eu tenho de vc há muito tempo.
- Não era óbvio? Foi só aquela noite, Flávia.
- Não era, não. Mas eu precisava ouvir.
- Aliás, vc deu sorte de’u estar em casa hoje. Se eu não estivesse, vc ia ficar aqui plantada, esperando?

Levantei para ir embora e me inclinei para dar um beijo nele de despedida. O rapaz virou o rosto. Aí eu percebi que ele não havia entendido nada. Achou que eu estava ali por ele, infantil como ‘Ivo viu a Uva’. Tsc, tsc... Eu estava ali POR MIM. Porque estava sofrendo com aquele auto-flagelo. Paradoxalmente, precisava dele para esquecer dele. Beber de todo o veneno, para morrer de súbito e renascer uma Fênix. Doses cavalares daquele crápula.

Quando cheguei em casa, percebi que ele havia me excluído completamente da vida virtual. No twitter, registrou: ‘Como tem gente louca neste mundo, não?’. Perdeu-se na própria vaidade e viajou que’u ia persegui-lo com uma Pexeira cidade afora. Aí posou de fodão, era fácil chutar cachorro morto, afinal. Coisa de moleque. No fim, eu devo ter virado lenda urbana nas conversas de bar entre os amigos.

O engraçado é que tudo isso ajudou. Sem notícias, foi fácil esquecê-lo. Ele finalmente virou um abajur de sala e eu continuei passional. Passional E sóbria. Continuei sendo daquelas que lambe a tampa do iogurte pra não desperdiçar nenhum resto da manhã.

Mas a vida é irônica. Muito tempo depois, conheci um homem muito parecido com este rapaz. Só que HOMEM. Maduro, sensato. No games, no pain. Achei que estava recebendo uma segunda chance, numa versão melhorada. Para este eu dei meu sexo como se não houvesse outra chance de ser feliz. Quiçá, meus olhares silenciosos, meus suspiros. E não me arrependo. Deste, eu me despediria até o fim dos tempos. Só porque antes de sumir do mapa, ele me disse adeus. Abriu a porta, fechou ele mesmo. Não foi cafajeste, foi um canalha. Um doce canalha. 

Sawyer: O adorável canalha

Então, meninos, às vezes é mais fácil verbalizar um fora, mas não precisa ser escrotinho e achar que vc é a última Coca-Cola do deserto. Meninas são mulheres, mulheres são meninas, mas isso só dura um verão.

Às donzelas, pelo amor de Jesus Cristinho, NÃO FAÇAM isso que eu fiz em casa, ok? Ato impensado, nenhum babaca merece este tipo de loucura. Mas valeu a pena. Como tudo vale, diria Fernando Pessoa, quando a alma não é pequena. E bom, se depois da minha tragédia shakesperiana vc não desejar um cara legal, está configurada aí uma doença crônica, por supuesto.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

OS RAPAZES DE NOTTING HILL


Todo o charme dos meninos ingleses...

Texto inconclusivo. Perdoem as linhas mal traçadas.

Londres é a capital da srta Winehouse, dos horários pontuais, do charmoso sotaque britânico. Londres é um convite simples, é sorvete no frio. E é muuuito amor. Nothing Hill é um dos bairros mais charmosos da cidade (ok, eu não conheço todos, mas suponho). Cheio de casas em estilo Vitoriano, onde aos sábados, acontecem feiras de antiguidades e artesanato. Notting Hill é, também, bairro-tema daquela comédia romântica meia-boca com a chata da Julia Roberts e o bobo-mas-gostoso Hugh Grant. 

Mas... Onde estão os rapazes da bucólica Notting Hill?

Vc, garotinha que namorava aos 15 e casou aos 20 com o namoradinho de adolescência,  ACHA que encontrou o rapaz precioso de Notting Hill. Tolinha. Estes rapazes nascem do fundo do oceano. Arrancam-nos do nosso mundo, tiram-nos do chão e depois se vão. Como os punks, que vivem rápido para morrer logo. Vc, donzela, provavelmente, nunca o conheceu. Uma pena. Mas ok se vc é honestamente feliz. É que não serve pra mim.

Aos 15, eu achava que com 25 estaria casadinha e com um rebento enorme, ralando o buxo no fogão. Sonho dourado, era mais fácil. Mas exatamente com esta idade, eu decidi terminar meu noivado e tentar uma vida em São Paulo. E um dia ter uma casa, um carro, um filho, o emprego do ano e um cachorro chamado Totó. E só. Vc me pergunta: "E o rapaz de Notting Hill?". Eu digo que ele não está nos meus planos. Não desta forma que vc pensa: Véu, igreja e grinalda. Eu estarei sempre aqui para ele. Para vê-lo nascer e morrer nas minhas mãos. Na minha língua. E em outras cositas más. Se minha falecida avó soubesse que meu plano de vida era só este, teria morrido de novo. 

Verdade, estou há muito tempo solteira. Mas as mulheres mais interessantes que eu conheço também estão, amigo. Acho graça de quem não sabe ficar sozinho. De quem engata um relacionamento no outro, absorvendo quase que completamente a personalidade do parceiro. E não conhece a si mesmo. Não sabe se é feito de pão ou vinho. E é importante saber, juro pra vc.

Claro, já tive meus momentos corta-pulsos, chorando no meio-fio depois de assistir a alguma comediazinha romântica babaca, desejando infinitamente um amor pós-morte. Afinal, aqui bate um coração, honey. Mas veja bem, meu bem: eu tiro da vida tudo que ela tem pra me dar. E é muito. Mesmo que dure um dia, uma noite, é muito. É uma vida em 1 segundo. Eu sou muito a favor do "eterno enquanto dure", de Vinicius. Ou do "It’s to burn out to fade away", do Neil Young. "É melhor explodir, que apagar-se aos poucos".

Eu já tive príncipes encantados, mas hoje, na mais filosófica teorias de Zeca Pagodinho, ‘deixo a vida me levar’. E brinco com os estereótipos. Meu rapaz de Notting Hill já foi um rock star, que empunhava uma guitarra e tocava como Rick Blackmore em seus tempos de glória. Fumava um cigarro e saía cambaleante, entre umas garotas peitudas, de maquiagem pesada. Meu rapaz de Notting Hill já foi um comunista, ateu, mais velho e mais sábio. Falava como escrevia, escrevia como falava, uma graça. Já foi um lord inglês de olhos profundos e castanhos, que sentia sono ao tomar café e dizia que eu era o que havia de melhor no Brasil.

Bom, e que venha o próximo, daqui a 200 anos, belo e efêmero feito um cometa. Eu sempre lembrarei de todos. Como uma natureza morta, que não possui vida, mas ainda existe.

Eu gosto de me apaixonar, mas não vivo em função disso. Na verdade sou apaixonada pelo que escolhi ser. Pago minhas contas com um emprego legal, moro na cidade que não pára, borro batom vermelho quando como Petit Gateau, vou a uns shows só pra dançar de olhos fechados, acordo meio-dia. Eu sou feliz, acho. E daqui a sei lá, 20 anos, terei um legado.

Verdade, os amigos alertam: "não escolhe muito ou vc vai morrer sozinha". Ok, eu não quero ser uma velhinha de 90 anos encontrada morta, dias depois, um cadáver podre na cadeira de balanço, com mil gatos ao redor. Quero morrer aos 60, linda como a Sophia Loren. Mas também não vou pôr Santo Antônio de ponta cabeça no congelador só pra arrumar marido, colega. Nem sair com qualquer mané só pra não ficar sozinha. É muita humilhação, tenha dó. 

Que medo é este que a gente tem de contar os passos com a solidão? De ficar a sós conosco?

A certa altura, a gente já não tem mais estômago para flertes, sabe? A gente despreza até o último dos moicanos. Diz que vai assistir à final do Brasileirão, que vai ver o último capítulo da novela, que foi atropelada por um mamute e o escambal. A gente só diz SIM aos rapazes de Notting Hill. A gente diz sim, até que um deles resolva ficar.

Quando o rapaz chegar, vou estar ocupada. Mesmo assim vamos conversar sobre política, cinema e sexo, como se contássemos anedotas. Faremos  sexo como se fôssemos estranhos. Ele vai me chamar de puta, vadia e amor da minha vida. Assim, tudo junto. "Um café e um amor. Quentes, por favor". 

Estar solteira não é, necessariamente, estar encalhada. É estar consigo para o que der e vier. É estar loira, ruiva, morena, castanha, irreconhecível à pontualidade dos meros mortais. É estar em hiato profundo, complacente dos próprios desejos, sendo feliz no luto.


"Não se afobe não, que nada é pra já. O amor não tem pressa, ele pode esperar em silêncio (...). Milênios e milênios no ar" (Chico Buarque)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Meninas de 17, mulheres aos 27



Eu estava pensando em como vim parar aqui. Não, não o Big Bang, extinção dos dinossauros, nada disso. Como cheguei aos 27? Idadezinha mais em-cima-do-muro, tico-tico no fubá e coisa e tal. Vc não tem mais 17, já passou dos 25, mas ainda não chegou aos 30 – dizem – idade das lobas. Idade de ouro, onde tudo acontece e blablabla. Confirma, Balzac?

Tô pagando pra ver.

Não estou em crise, pelo contrário. Aos 27, me vejo muito mais interessante que há uma década atrás, quem diria! Aos 17 vc só se preocupa com o próximo namorado, com a última balada e em passar no vestibular. Deus, como eu pensava em passar no vestibular! Foi assim que viciei em cafeína. E em jornalismo.

Aos 27 a coisa agrava. Vc pensa em casar, ter filhos e um emprego estável - As mulheres normais. Eu não quero casar e tô revendo seriamente o desejo de ter um casal de gêmeos. E não quero um emprego estável, eu quero ser feliz. Aliás, e esse instinto maternal que nos assola aos 27? O que djabos é isso? Um vírus bacteriano herdado dos nossos antepassados durante a Guerra Fria? Credo, a gente não pode ver um guri na rua que já quer ter um.

Aos 27, os grandes se foram. Kurt Cobain, Janis Joplin, Jim Morrison, Jimmy Hendrix, Amy Wine... oops, esta FICA. Eu também.

Aos 17 todo mundo parece interessante. Aos 27, vc que bebeu pouco. Aos 17 vc chora rios Nilos inteiros porque o carinha mais popular do colégio não te dá bola. Aos 27 vc descobre que ele não tem nada demais, mais que isso: vc descobre que ele é um babaca. Aos 27 vc já leu O Inferno de Dante, já assistiu O Sol da Meia Noite, já ouviu todo o CD do Johnny Cash. Daí tooodo o resto te faz bocejar. Aos 27 a gente espera o apocalipse, amigo. A gente espera que Eva - a pária - renasça, só para que ela morra de novo.

Angélica aos 20 e aos 30. Poupança Bamerindus melhorou, hein?

Aos 17 vc sonha em ser a Fátima Bernardes. Aos 27 vc quer mais é que ela se exploda. Aos 17 vc só foi até a Disney. Aos 27 vc planeja conhecer Paris e Grécia. Aos 17 vc perde a virgindade e se acha a mais mulher do mundo, ho ho! Aos 27 vc PENA até achar um homem que te faça se sentir mulher. Aos 17 vc tem espinhas, aos 27 tem pintinhas.

Aos 17 vc briga com sua mãe quase todos os dias. Aos 27 vc chora de saudades dela. Aos 17 vc come no MacDonald’s e sai satisfeita. Aos 27 vc vomita o tal do super máster big lanche feliz e vira vegan ou vive de dieta. Aos 17 seu cabelo é lindo. Aos 27 vc PAGA o cabelereiro para que ele faça seu cabelo ser lindo. Aos 27 vc se acha mais sexy que a Angelina Jolie e a Megan Fox juntas. E aos 27 vc ainda ama algodão doce, parque de diversões e filmes de zumbi. Aos 17 vc nem lembra.

Carol Dieckman, 32 anos. Eu acho ela chata, mas ñ posso negar que é goxtosa.

E Marilyn Monroe, que só foi Marilyn aos 30? Catherine Zeta Jones, linda ainda aos 35. E Zé Mayer que só pega mulher de 30? Mário Prata acha que as mulheres de 30 são morenas. Eu também acho. ‘A mulher de 30 faz sexo como se fosse a primeira vez’, ele diz. Verdade, a gente tá sempre em evolução, em aprendizado.

Vc quer saber? Acho que Dalila tinha 27 anos. E Julieta, aquela-adolescentezinha-dramática, tinha apenas 15. Vejam só como as vilãs são mais goxtosas

Quando eu for balzaca, vou ser gente grande de novo. 

Aliás, alguém achava graça na Sandy, aos 17?

PS: Escrevi esse texto aos 27 anos, mas hoje tenho 29. De lá pra cá, nada mudou. Exceto que, além de Paris e Grécia, quero conhecer mui especialmente, Buenos Aires.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

UM AMOR QUE NÃO EXISTE


Olá queridinhos! Desculpem a ausência, mas estou trabalhando muito. Ao contrário de vcs, vagabundos. Talvez por isso, um texto diferente. Mais sereno, menos agressivo. E sim, mais bobinho, permitam-me ser romântica de vez em quando.
Lembram da namorada do Coringa?

A gente senta na cadeira do metrô e procura o amor da vida. Um cara com os pés no céu, com um personagem no rosto, pinturas pelo corpo. Não acha. A gente vai ao cinema, procura o mocinho do filme, o bang-bang, a mistura exótica de Del Toro e Clark Gable. Dá pra imaginar? Não acha. A gente vai à livraria, procura um daqueles cabras machos, com dentes cerrados, mãos em punho, semblante sério, saídos de uma das crônicas do Xico Sá. Não existe.
Andava distraída pela ponte da Bela Vista, pelas ruas da Augusta. Ouvia os sussurros da Norah Jones e os tons melancólicos da Amy Winehouse. Era uma mulher sensata, centrada. Mas duelava todos os dias com uma menininha boba e mimada. A tal menininha valia mais que mil demônios enfurecidos, mais que centenas de Titãs vaidosos. A mulher vencia sempre, porém.
Estava cansada desses moleques que chegavam sempre de mãos vazias. Sem sonhos, sem vísceras. Nunca a pediam em casamento, tampouco lhe traziam Mentos com uma Coca-Cola super gelada. Não traziam nada além do nada.
Aí aparece um cara que ela nunca imaginou. Que nunca entrou nos sonhos, a quem nunca Sophia Loren emprestaria um suspiro sequer. Mas eis ali o homem da sua vida. Não aparece em um cavalo branco, nada disso. Ele surge em um Fusca Prata 1983, exatamente o ano em que ela nasceu. Ele, aliás, com uns 100 anos a mais. Mais inteligente e mais eloqüente. Fala de futebol e carros com a mesma maestria que fala de política, cinema e cigarros. Torce para um time que ninguém mais torce. E para ele ela podia ser a última das moicanas. 
Pousa-lhe as duas mãos no rosto e a impede de dizer ‘não’ a qualquer pedido. Arrebata-lhe os argumentos, hipnotiza-lhe os olhos de amêndoas. E ele mostra além do oceano, um navio de promessas. E arrasta-lhe para o reino encantado dele. Cheio de aventuras à America Latina, café forte e velocidade da luz.
Ele a devora num roupante de fúria e sensatez. Pede licença para elogiá-la. A boca, os seios e o resto do que ela era. Lambe em cada centímetro, descortina os tabus. Apalpa-lhe nas vértebras e na alma. Ela o conheceu aquele dia e para sempre. E para o jamais. Era o coelhinho de Alice, sempre apressado. E o cachorrinho de Dorothy, sempre perdido. Mas para ela era o homem mais interessante da galáxia. Por ele seria a Amélia, a Ana Bolena, a Juliana Paes e quem mais ele quisesse. Infelizmente, naquele dia, ele só queria ela e ela não servia. Não cabia em seu presente, quiçá em um futuro dourado. 
E não houve dia seguinte. De Bis, só houve aquela caixa de chocolate que ela devorou um minuto depois do nunca mais. Que direito esse cara tinha de tirá-la daquela inércia, daquela monotonia que lhe era a vida, sem dar-lhe tempo suficiente para mudá-la de vez? 

Ela não sabia que era uma despedida com hora e data marcadas. Não se despediu. Não disse a ele que lhe ensairia um streap tease, mesmo achando ridículo. Não disse a ele que lhe contaria piadas de português, de índio e até de nordestino. Não disse a ele que lhe faria um café da manhã com morango, chantilly e sexo. Não disse a ele que sabia fazer arroz, feijão, strogonoff, lasanha e torta alemã. E que isso era o suficiente para sobreviver. Não deu tempo de dizer a ele que o odiaria até a velhice. E que hoje tanto faz.


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segunda-feira, 7 de junho de 2010

HAPPY VALENTINE'S DAY!

Moça tava chorando no metrô. Lançou da bolsa um cartão em formato suspeito, romântico quase. Seria fim de namoro, uma despedida, uma tentativa fracassada de conquista, uma lembrança, uma assombração? 

Eu só sei que ela estava doente.  Doente do coração.

Quando me perguntam por que não tenho namorado, sempre vejo a imagem de uma velhinha encontrada morta numa cadeira de balanço, com mil gatos ao redor lambendo o cadáver. Tipo eu daqui a 50 anos. Mesmo que eu odeie gatos. Enfim, divago. 
 
A verdade é que fiquei presa ad eternum naquele poema de Drummond "João que amava Teresa, que amava Raimundo, que amava Maria, que amava Joaquim, que amava Lili que não amava ninguém" e perdi meu personagem, meu mote, minha deixa. A vida segue, seguiu.
 
E aí das duas uma: ou vc faz as vezes de vítima do sistema, se entope de chocolate, de comédias românticas e se afunda na saudade que sente de sentir. Ou finge que não é com vc. Simples assim.
 
Meu texto é mais direcionado às menines-solteiras-desesperadas-à-procura porque ora, vcs se importam muito com isso. Mal sabem se são feitas de pão ou vinho, mas querem ser a metade da laranja. Não é assim, colega. Tô querendo pagar de desencanada não, também queria um mozão pra chamar de meu. Mas enquanto não vem, vc paga de fodona no Facebook abstraia! Como dizia Drummond, vá cuidar do seu jardim, que as borboletas vêm.

Vcs querem perecer em um nirvana amoroso, como se assim virassem mártir, heroínas de uma causa perdida, Julietas sem Romeus. Querem morrer de saudades, chorar de amor, lamentar uma briga, sofrer na despedida, suspirar nas lembranças. Menas, né? A gente não pode simplesmente ficar em paz? Precisa sempre padecer do coração?
 
Gente, namorar é ganhar na loteria. O amor é um milagre. Mais fácil o vizinho gostoso bater na minha porta e perguntar se quero doces ou travessuras. Só que não, não mesmo. Então relaxe, nada está sob controle. 
 
Se vc é jeitosinha e não tem piolhos no lugar de Tico e Teco, há de aparecer um partido. Segundo algumas pesquisas científicas, ‘mulheres bonitas são mais felizes com os feios’, portanto, nem precisa escolher muito. 
 
Só um conselho: não espere encontrar o homem da sua vida "lendo jornal, na fila do pão". Deixe o conto de fadas para sua sobrinha de 5 anos. Aliás, não a deixe ler conto de fadas, faça um favor à próxima geração. A vida real é um pão francês amanhecido. É mais Nelson Rodrigues que Disney. Aterrize.


Também não corte os pulsos com o comercial do Bradesco. Lembre-se: é comercial de BANCO, eles querem seu DINHEIRO. 


Mas ok, pra vc que se importa muito, sugiro algumas opções:

Amigo colorido Se vc for dessas que pega e não se apega. Opção super fácil, mas se beber, não case.

Ex-namorado Se vc já esqueceu o motivo pelo qual ele virou ex. De repente, quem sabe não vale a pena ver de novo?

Dildo. A verdadeira espada de Rei Artur, Excalibur que nada! Opção fácil e certeira. Vc, numa love story com seu eu lírico.


A real é que há vantagens em não ter namorado, tudo tem um lado B. Acho que a moça do metrô não sabia que o amor pode ser como as estações da Av. Paulista: começa no Paraíso, passa pela Consolação e termina nas Clínicas. 

 

Happy Valentine’s Day!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

REGRAS DE ETIQUETA

Ser mulher é ser uma pária. Se vc não está disposta a lavar, passar, cozinhar, cuidar de filho, marido, trabalhar e ainda arrumar tempo para se depilar e fazer as unhas, amiga: se mate, por favor.


Fora as regras de etiqueta: não fale alto, não use decotes, não dê gargalhadas, não fique séria, não coma muito, não use batom vermelho, não fale palavrão. Que graça tem ser este robô? Que humano é falar alto e 8767564 palavras por minuto. Falar com os olhos, com as mãos, com o corpo inteiro. Tomar um porre, dar gargalhadas, ser boca-suja, comer em prato de peão, perder a dignidade. Agrada-se uns, desagrada-se MUITOS. Mas que graça tem entrar numa onda de Barbie só pra conquistar o gatinho da mesa ao lado? Ele vale mesmo tudo isso?

Que triste sina ser refém de uma sociedade taxativa, que tá sempre se importando com a vida alheia, como uma velha síndica mal comida. Se fala alto, é barraqueira. Se usa batom vermelho, é biscate. Se toma Martíni, é pinguça. E assim caminha a humanidade. Pra ser esta coca-cola toda, paga-se bem caro. É muito difícil ser fácil, mas se esta for sua felicidade, também não deveria ter preço.


 Eu naisci assim, eu creisci assim, vou ser sempre assim

Daí você, toda independente e cheia de si, resolve tomar iniciativa. Parece fácil. Peitos lindos, lábios rubros, só piscar e o broto vem. Mas aí vem a regra de etiqueta número 288: ser sexy sem ser vulgar, RISOS. Não há recompensas em ser uma mulher livre de convenções sociais e eu não sou a pessoa mais confiável pra aconselhar porque neste baile do acasalamento já dancei faz tempo. Mas é issaí: se você segue regras e receitas pra ser quem/o que não é, em algum momento será cobrada. Ao mesmo tempo, tomar iniciativa "sem ser vulgar/louca/fácil" nos põe em conflito com o papel ideal da mulher numa sociedade extremamente machista. Aquela que "se dá ao respeito", MAIS RISOS.

Vesti azul e a sorte então mudou. Vesti azul e o broto então gamou.

Não é fácil quebrar tabus, queimar sutiãs e se bancar. Se vc é feliz sendo Amélia, fazendo joguinhos de sedução, tico tico no fubá e etc, ok. Mas se vc se sente aprisionada ou vítima dos próprios desejos, então é hora de pensar se não vale outro estilo de vida. No qual ninguém tem nada a ver com seu corpo ou com seu comportamento. No qual você é mais que um rótulo ou um poço de carência. No qual você faz o que simplesmente tem vontade e se ele achar ruim, é um problema DELE e não seu. 

Quando você se entretém com a sua vida e não com achar um marido, ser fácil é o que é: fácil, simples. Renato Russo já dizia que "sou minha, só minha e não de quem quiser" tá longe de ser a difícil. Está em ser você, inclusive sendo fácil, se esta for sua vontade. 

Eu não cobro dificuldade de mim, jamais dificuldade vai me atrair no outro. Parto do princípio que, de complicado, basta o controle remoto. 

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terça-feira, 27 de abril de 2010

AMIZADE COLORIDA



‘Fuck Friends’, ‘Just Friends’, 'Colorful Friends’, whatever. Como nunca pensei em falar neste assunto tão pertinente a todos nós, né mesmo? Toca o refrão, Lombardi!

Na música ‘Just Friends’, Amy questiona: ‘Quando teremos tempo para sermos apenas bons amigos?’. Elas quis dizer, óbvio, que no claro e bom português, colega, este tempo não existe. Tudo porque quando vc se envolve com um amigo do peito, o céu é o limite. Tal qual numa amizade convencional, a amizade colorida não acaba NUNCA, a não ser que uma das partes determine isso. E não, não tô falando daquele seu peguete que vc arranjou numa baladinha de sexta. Tô falando de amigo mesmo. Aquele cara em cujo ombro vc chorou as pitangas do falecido. A boa notícia (ou não) é que tudo acaba em pegação.

A amizade colorida só dá certo mesmo se tudo estiver tão claro como as águas do Rio Nilo. Você que adooora DRs, PODE e DEVE usar e abusar do item. Desde que tudo fique claro na sua cabeça. Sem subterfúgios, sem joguinhos. Aliás, se há algo completamente inviável neste tipo de amizade, é joguinho. Coisa mais chata, joguinho é para losers. E seu amigão tá ali pra te oferecer o ombro e otras cositas más. Solely.

Mas claro, no rala e rola com o amigão, a gente quase sempre confunde as coisas. Então atenção: hora de tirar o coração da ponta dos dedos e pô-lo atrás das costelas. Na amizade colorida, é fácil confundir porque o cara é, também, seu amigo. A quem vc devota um apreço independente do sexo. Sem falar na intimidade que terão entre os lençóis. Nisso, o amigão sai em vantagem em relação aos outros. Porque sabe o que vc é, do que vc gosta. E gosta de vc com defeitos e qualidades. But take it easy. Muitas vezes pode ser só isso, forevah and evah: amizade. 

Eu tinha um amigo lindo e gente boa. Belo dia, ele me convidou para sair com uma turma de amigos em comum. Só que ele também havia chamado outra amigona com a qual já tinha um rolo e ela era louca por ele. Ele, sem semancol algum, ficava de xamego com todas na frente dela, depois ia lá, beijava ela também e a festa tava feita. 
Eu ri daquela situação toda porque ele não era mau-caráter. Era só sem-noção. Mas a guria ficou TÃO mal, que acabei eu mesma, levando a pobre pra casa enquanto ela lamuriava:

- Mas nós somos amigos, somos amigos...
- Se são amigos, por que vc tá assim?
- Porque não somos APENAS amigos.

Como diria Amy: "Eu quero te tocar, mas sei que machuca". O problema é que para ele, tava tudo em paz, mui resolvido. Para ela, tudo confuso. Aí onde martelo na tecla dos pratos limpos. Cartas na mesa. Se quiser jogar, saiba que haverá perdedor. E sexo, colega... sexo une, sabe? Complica, desvirtua, é a guerra dos anjos. Seu amigão vai saber, antes mesmo do seu futuro namoradinho, daquela pintinha que vc tem perto do bumbum. Vai saber também daquela cicratriz que vc ganhou quando fazia balé. Já pensou então, se um dia ele for padrinho do seu casamento? Deus a livre.

                                           Lição 1: como colorir uma amizade        


Em 'O Casamento do Meu Melhor Amigo', Julia Roberts paga dessa. Madrinha do ex-namorado, de quem, atualmente, é a melhor amiga. Mas aí ó, contrário: o namorado virou amigo, não o amigo virou namorado. A ordem dos fatores neste caso, altera e MUITO o produto. Quando o amigo vira namorado, a amizade corre perigo.

Portanto, se vc quer um namorado, esqueça o pau amigo. Mas se tá a fim de um fuck friend pra matar a seca, okay, dou maior valor. Só fique atenta a todas as complicações provenientes de uma foda amiga. Fuck Friend, assim como qualquer outro amante, deve ser analisado com cuidado. Por exemplo, não vale pegar aquele seu amigo de infância, que te chamava de 'Quatro-Olhos' na escola. Porque o cara não é seu amigo, é IRMÃO. Já aconteceu comigo em um episódio mui inusitado. Fiquei com um amigo que eu gostava demais, mas com carinho de irmã. E ficar com ele foi um incesto. Cosa triste.

Eu não tenho muito talento pra essas coisas porque sou ciumenta. Com tudo e com todos. Pelo mesmo motivo a possibilidade de um menage também é remota. In-su-por-tá-vel me é a idéia de não ser o centro das atenções pro broto entre quatro paredes. No, No, No. Muita modernidade pro meu jeitin assim... tão neanderthal. No meu caso, cedo ou tarde, a amizade passaria de colorida a preto & branco, até virar um rascunho mal acabado. 

Mas se vc é do tipo ‘amigos, amigos, negócios à parte’, beleza! Agora, se a amizade não for sólida o bastante e vcs maduros o suficiente, capaz de se tornarem apenas estranhos. É bom avaliar se o sexo vale mais que a amizade. Aí nego vai retrucar: ‘Mas amizade entre homem e mulher NÃO existe!’. E eu digo com toda autoridade que a experiência me impele: tanto existe, que não troco muitos de meus amigos penianos por uma fêmea mal amada.

Amigos coloridos são o máximo porque dizem, com sinceridade - e propriedade -, se sua bunda tá murcha legal, se os peitos tão caídos empinados ou se o peguete não vai achar o batom vulgar. Palavra de macho. E de amigo. A gente só não pode ficar assim... Sozinhos. 

‘It's always dangerous when everybody's sleeping
And I've been thinking
Can we be alone?’

(Amy Winehouse - Just Friends)

quarta-feira, 31 de março de 2010

PARA CASAR X PARA COMER


Certamente você já ouviu a expressão: ‘Aquela ali é pra casar’. Geralmente, referida a uma garota tão sem sal angelical quanto a Sandy. Eu já me perguntei de onde veio essa classificação ridícula e limitada pra separar mulheres em putas ou santas. Mas é que, numa sociedade machista, o único tiro de sobrevivência é o rótulo, a cartilha, o manual da moral e dos bons costumes.

Homens são inseguros e procuram para casar uma donzela que lhes passe segurança e que, TEORICAMENTE, não vai lhes enfeitar com um portentoso par de chifres. Com esta santa, eles não fazem sexo, fazem AMOR. Sentiu o drama?

Mas há amor sem sexo? Pra quem já passou da página 2, essa classificação não faz o menor sentido. Posso ter os ares selvagens de uma Medusa, a desenvoltura sexual de uma cortesã e lhe ser tremendamente fiel (aliás, acho que lealdade é mais importante, mas este é outro assunto, divago). Posso ler Shakespeare e assistir Big Brother. E adivinhem: a Sandy pode dar o cu e a Angelina Jolie, aquela safada com um monte de tatuagem e histórico bissexual, é a mulher que Brad Pitt escolheu para lhe dar SEIS filhos.

Desculpaí se destruí teu conto-de-fadas, mas o mundo não é preto & branco e a vida não é um rótulo de Coca-Cola. Live to learn.
                               
           Santa? Boooring...        
            

         Tatuada, bissexual assumida. Pra casar?      

A garota para casar: não importa seu decote ou sua carinha de Capitu. Importa o que ela sente por vc. Importa que te ame mesmo vc sendo esse babaca. Em suma, não existe isso de pra comer ou pra casar, aquela é fácil ou difícil. O que existe é se ela gosta de vc ou não, o resto é prateleira de supermercado.

Já vivi noiada com isso. E é triste adotar um comportamento de Lady Di só para não ser taxada de puta. Viver preocupada com a reputação. Sofria, enquanto Marilyn Monroe gritava "Nunca Fui Santa"! Porque essa postura comportada brigava com minha natureza digamos assim... mais sexual. Quando liguei o ‘foda-se’ e me banquei, fui mais segura e feliz. E adivinhem: mais respeitada também. 

                                                 Aqui, apenas Marilyn: Tão meiga!     

                        Agora sim, Marilyn Monroe. É das santas que eles gostam mais?

                    
Vou contar um segredo: mulher adora sexo. E a Sandy dança o créu na velocidade 5, pode apostar.
Enquanto vcs perdem tempo nos classificando por conveniência, o nosso cara só precisa ser gentleman, bom de cama e tá a fim da gente. E, num paradoxo perfeito, agrada-me a idéia de que meu homem para casar seja um tipo para comer. Uma junção de espécies, uma inversão de conceitos. Porque eu não sou NADA para casar. E também não sou APENAS para comer. Meu mundo, grazadeus, é BEM colorido.